Há algum tempo atrás (2003 ou 2004) fiz um trabalho sobre mulheres idosas e seus baús de recordação, ou seja mulheres que guardavam em pequenas ou grandes caixas "objetos biográficos", que contavam a própria história, a histórias dos pais, dos filhos, da família e até da casa. Foi um trabalho emocionante onde ouvi muitas histórias. Entre estas senhoras estava Dona Rita. Do seu baú saíram: cadernos do tempo do grupo escolar onde bordeou a margem com desenhos a lápis de cor, orações que ganhou da avó, livrinho da primeira comunhão, dois discos coloridos um vermelho e outro amarelo de contos de fadas adaptados por "Braguinha" que ganhou em um aniversário e que nunca ouviu pois nunca teve uma vitrola para toca-los. Da adolescência, cartas de amor, rosas secas, cartões, fotos. Uma pequena guirlanda de flores amarelas de papel muito amassada, que usou em uma dança na escola, onde conheceu seu marido. Quando me mostrou este objeto abriu um sorriso e seus olhos se iluminaram, acho que naquele momento vi a dona Rita jovem outra vez.
Depois vieram os filhos e deles os primeiros rabiscos, as primeiras palavras escritas a fotos com cara lambuzada, as primeiras conquistas, os diplomas, as sapatilhas de Ballet e outros tantos objetos que são testemunhas pacatas que esperam guardados o momento certo de contar coisas que se sabia e muitas outras tantas a descobrir.
No meio de todos estes objetos, outros invisíveis brotaram de sua lembrança, como seu primeiro vestido de baile, o uniforme escolar, caixinha de música que era seu grande tesouro, mas que nunca saiu de dentro da vitrine de uma loja.
Assim são as caixas, os baús de guardados. Guardam o visível e o invisível. Guardam histórias vividas e algumas deixadas pela metade, o que foi e o que poderia ter sido e não foi. São verdadeiros relicários, concretos e abstratos de coisas ligadas pelo coração.
Dona Rita não vive mais. Mas quando fiz está Maria me lembrei muito da tarde que passamos juntas e da sua guirlanda de papel amarela.
Comentários
Este seu relato me emocionou. Todas nós temos nossos baús e muitas vezes só mesmo em nossas lembranças.
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E vou te visitar sempre! seguindo
Animal Print, é o assunto do blog, espero sua visitinha,
Bjs da Ana
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boa terça, beijinhos
Vim lhe desejar uma ótima 3º feira.
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Oiie
Conheci seu blog por um acaso! me apaix♥onei
Posso te seguir? me segue também!
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Só para avisar que tem post novo no blog.
Te espero lá
Bjks
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Veja só que feliz coincidência.
Ando a remexer nos baús, no de minha tia e no meu, naturalmente, menos rico que o dela.
Na semana passada, passei três dias fazendo arrumação e organizando meu baú. Separei as lembranças e gracinhas de meus filhos e já de meu netinho também, das fotos e estou digitalizando todas elas para que não se percam.
Tenho coisas do "arco da velha"!
Beijos.
amiga, tem selinho especial pra vc lá no blog.
passa lá e pega.
bjsssss
Amei a história da D.Rita e seu baú de recordações. me fez lembrar de pessoas que já foram e levaram uma parte de suas histórias, mas uma parte delas ficaram comigo e hj o baú já é meu.
Beijos 1000 e um meio de semana maravilhoso para vc.
www.gosto-disto.com
bacio